Woman working on a rice field – Photo by Eduardo Prim
A minha percepção sobre alimentação vem cheia de questionamentos. Saber de onde vem o meu alimento é muito importante para mim, pois isso provavelmente vai influenciar o meu cheiro até mesmo o meu humor. O que eu como tem uma influência direta na minha vida, desde como o que eu ingiro age no meu organismo, do intestino até a minha pele. E em como essas escolhas de alimentaçāo impactam no meio ambiente.
Por diversas vezes eu me pego pesando na forma que a alimentaçāo foi colocada no automático. E eu nāo estou falando apenas de como a gente deixou para outras mãos prepararem e entregarem o nosso alimento, não é apenas sobre fast food e delivery.
Como o arroz, o tomate, o brocolis que ingerimos foi produzido, a quantidade de agrotóxicos que foram colocados nesse alimento. Como foi feito esse cultivo? Qual a quantidade de embalagem plástica que está em volta desse alimento?
Parece loucura pensar nisso mas, nós temos alguma ideia do processo que o arroz, o feijāo, o grāo de bico passou do momento que ele foi plantado até chegar ao nosso prato? Quais sāo as condições de vida dessas pessoas que trabalham no cultivo do nosso alimento?
Desde criança eu me vejo em algum momento da vida plantando o que eu vou consumir, essa realidade ainda é distante para mim e eu compreendo que nem todo mundo tem esse sonho de plantar e colher seu próprio alimento. Mas, quando falamos em alimentaçāo, estamos falando de uma das formas que nos garantem energia vital. Seria interessante pelo menos, exercitarmos a autonomia de saber exatamente o que estamos ingerindo em essência.
Nāo apenas a quantidade, as calorias e os componentes daquela alimentaçāo mas, também os temperos utilizados, a quantidade de sal, optar por nāo colocar óleo, ou utilizar uma opçāo mais saudável. Pensar, realmente, no que seu corpo precisa, quais nutrientes você tem ingerido em pouca quantidade nos utilimos dias e enriquecer suas proximas refeições com alimentos que te proporcionem esses nutrientes.
O mundo atual tem muita pressa e nos limita a intervalos curtos para dedicarmos a nossa alimentaçāo, roubou de boa parte de nós a autonomia de pelo menos escolher, comprar e preparar boa parte das nossas refeiçōes. Meu pensamento é que além do direito de poder se alimentar, deveriamos reassumir o direito de estar conectados ao que ingerimos. Deveriamos nos reconectar com a terra.
